Por Antonio Fernandes

Caem as calças
Sobra um langerie
Linhas pretas com padrões
Qualquer coisa sexual
Em cordas trançadas
Deixando ver sem ver
Ela sorri
Gira o corpo
Joga o cabelo
Se joga
Vislumbre de qualquer coisa
Por sobre outra coisa
Por dentro de
Uma outra coisa
Por fora que se pega
Que se agarra
Que se Lambe
Esses cabelos no meu rosto
Tenho Qualquer vislumbre
De langerie
Que lhe cobre os peito
Seios entre-amostra
Qualquer coisa que esconde
Sem esconder
Esse langerie preto
Que enxergo com dedos
Mas não enxergo
Com olhos
Cego de cabelo
Cego de suspiros
Arranhado mordido suado
Cego do tapa que levo
Vislumbro
Olhos que me devoram
Enquanto me sentam todo
Vislumbro
Uma gata que vai rugindo
Deslisando
Surfando em ondas
Do meu corpo molhado
Vislumbro que se contrai
Retrai
Os músculos
Cava as unhas
Nas minhas costas
Afogado de cabelo
Retrai por dentro
Toda inteira
E goza apertadinha
Atravessado nesta langerie
Por baixo
Dedos atravessados
Na langerie
Por cima
Vislumbro o peso do corpo derreter
Céus



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