Por Antonio Fernandes
Despida
Dicionário informal
Pelada pra mim
Perdida
Sua calcinha é claro
E posso ver nos seus olhos
Seus olhos por mim
Vou sorrir sedutor
Cai, cai na minha lábia
Voce dirá que sou ator
Cai no golpe quem quer
Já falei que não sou desses
Sou menestrel baixo clero
Toco gaita quebrada
Violão desafinado
Piano sem nota
O único instrumento que eu
Faço um som mesmo
É voce e sua xota
Toco mas toco mesmo
Com língua com boca e com dedo
É instrumento de sopro
É instrumento de corda
A festa fica quente
E sua pele macia
Vai ficar vermelha ardente
Assim que eu me empolgar
Vou compondo sinfonia
A vizinhança escuta aflita
Eu fazendo tu miar
Geme grita estala o tapa
Topa puxão de cabelo
Enfio lingua nariz e queixo
Dois dedinhos à girar
De repente voce para
Me encara
Olhos pedintes de perdão
Boa menina que é
Pra gozar pede permissão
Mau menino que sou
É claro que digo não
A tensão cresce
O desejo cresce
O desejo surta
Voce surta
Grita geme mia
Vai rugir como leão
Mas obedece
Pede de novo
Outra vez eu digo não
Vai perdendo os sentidos
Já não sente pernas
Não sei onde está
Estou
Plena serena
Que xupada gostosa
Na sua xota
Rosa, pequena
Goza pra mim
Em erupção vulcão
Raio trovão
Cavalaria em galope
Estrondo
Baderna
Soltem fogos de artifício
É 17 de março
Dia de Santa Gabriela
É Carnaval purpurina
Púrpura pão e sal
E voce jorra molha escorre
Na minha boca
Molhada de tudo que há
E existe dentro de você
Estatelada suada e cansada
me olha
Toda gozadinha
Gata molhada
Eu te sorrio
Pisco belisco
Mordo num canto da coxa
Foi preliminar bebê
Posso brincar agora
Dentro de voce?