Por Antonio Fernandes
Garrafa de João Daniel
sobre a mesa e
meto-lhe um gole
trago firme do cigarro
que carbura
a fumaça branca espessa
desenha círculos
a garrafa d’água vazia
chacoalho puxo
apita
a cabeça
passam-me
do outro cigarro
carburo
a fumaça mais branca
fumaça
fumaça
fumaça
outro gole
cigarros
conversas risos prosas levianas
novos goles
há moças chegando
sorrio
pedem o fogo
eu jogo
alguém meteu-lhe
uma música
algo que não sei ou
não me recordo
mas o ritmo é bom
passam o cigarro
da fumaça mais branca
enrolado em ceda
fumaça que sobe
deem-me um desses
pirulitos por favor
e o brinquedo que o
acompanha
vou jogar granadas
na noite
preciso mastigar
alguma coisa
que não sejam meus dedos
ou minhas bochechas
passa-me esse mel
doce e quadrado
com desenhos de abelha
quero provar da sua
viagem
subimo-los o carro
nossa carruagem
vamo-los para a noite
estamos loucos
e mal começamos
O famoso Pré
Antonio Fernandes
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