Antonio Fernandes

Liquidação

Por Antonio FernandesQue tal uma colher de açúcar?Doce toca tuas gustas patativas, você fecha os olhos e sente uma pontada de sabor repuxando tua língua.Não é suficiente? Então vá até aquela velha vitrola. Saque um vinil empoeirado de Chico. Sopre-o e… Continue a ler »Liquidação

Ser

Vi os olhos dos lobos.Farejam.Olhos dos lobos.Escutam.Lobos.Rosnam.Talvez saibam onde estou. Corro, os lobos tem pernas.A selva atravessa-me.Há pessoas na selva.Pessoas que choram.Os lobos tem pernas.Apenas duas, e me perseguem. Corro, os lobos tem braços.Passo por casas que incendeiam.Há mulheres nas… Continue a ler »Ser

A Carne é Fraca

Por Antonio Fernandes A carne é fraca.A carne é fraca e a vontade é grande.A carne é fraca e a vontade é grande e as ninfas belas.Óh céus! Mas que ninfas belasPintadas nas telasDa nossa Savassi.Óh céus!Salve-me Deus de todas… Continue a ler »A Carne é Fraca

Bela Acolá

Por Antonio FernandesOlho-a de longe. Só.Não a amo nem me apaixononão de fato.Mas não me presto a não olhar. Tua face conspira-lhe burguesiamas teus olhos traem-lhe aristocracia.Ela que é toda anárquica,Em filosofia que nem Marx converge. Uma filosofia sã.Que sendo… Continue a ler »Bela Acolá

O Lavrador

Por Antonio Fernandes Ele lavra a terra,ele cava a terra,esburaca a terra,ele arranca a terra,ele faz buraco,e de lá sai pedra,e de lá sai mato,e de lá sai barro,e de lá sai pedra,e de lá sai terra.Ele está cansado,de cavar… Continue a ler »O Lavrador

Sete de Novembro

Por Antonio Fernandes– Briguem! Briguem! Eles estão bebendo nosso sangue! Briguem! Briguem! Eles estão bebendo nosso sangue! A  Vasilissis Sofias estava apinhada aquela noite. Não que não estivesse sempre apinhada, você sabe. Horários de Rush são comuns em todo lugar do mundo. Mas havia milhares… Continue a ler »Sete de Novembro

Em meu Velório

Por Antonio FernandesGostaria de deixar cravadonesses versos que outrora serão lápide,minhas mórbidas palavras de poeta,cronista, escritor e traste. Quero pra mim que toque,De Bethooven, a nona sinfonia.Pois ela, um velho amigo, à morte, reverencia. Será correto. Violetas. Para mim às queroVioletas… Continue a ler »Em meu Velório

Disruptio

Por Antonio Fernandes A flor branca. foi entregue  de fino modo, do cavalheiro, a senhorita. A senhorita, pegou a flor, que era branca e sorriu,  de modo humilde, ao cavalheiro. A senhorita, jogou no chão a flor branca, e com… Continue a ler »Disruptio

Deus frustrado

Por Antonio FernandesDesenho.Sabe, sou escritor,mas desenho.Sinto que sou desenhista.Talvez também pintor, músico.As vezes, as vezes sou arquiteto!Já esculpi rostos, e aindaainda moldei caráter,caráter dum personagem,Um personagem vivo, assim como você,assim como eu, sabe? E coloquei-o ali. Naquele lugar.Aquele caráter seco.Aquela… Continue a ler »Deus frustrado