Por Antonio Fernandes 

Havia uma garota
Lora serelepe
Uns 9 anos ela tinha
Ou será que eram sete?
Papai lhe ensinou
A empilhar cartas
Faz um triângulo assim, juntando as pontas
Cola mais 4 cartas
Da uma base
Com uma quinta coringa
De elo
Pra manter os dois triângulos juntos
A menina passou
A tarde toda
Fazia o triângulo
O triângulo caía
Fazia outro
Não dava certo
Quando por fim
Fez os dois triângulos
Não um de cada vez
Mas juntos
E rapidamente
Colocou uma carta por cima
Tirou as mãos devagar
E em choque
Viu que aquilo
Se sustentava
A garota colocou então
Novos triângulos
Fez um trem
Com vários vagões
Então descobriu que
Podia fazer o mesmo que no começo
Colocou dois triângulos lado a lado
E rapidamente
Lhes deu uma quinta carta coringa
E assim foi
A garotinha loira
Montando seu castelinho de cartas
De repente
Eis que se não
A janela entreaberta
Sopra um vento forte
Desses de meio de verão
E como que dominó
O castelo que já tinha cinco andares
Desaba
A garota chora
Seu pai sorri
Sentado do balcão
Tomando taça de vinho
Vai até lá
Sente-se do lado da filha
Coloca um triângulo
De cartas
A filha Coloca um segundo
O pai coloca uma carta por cima
Fecha a janela da sala
E pai e filha
Vão montando
O castelo de cartas
Porque é sempre mais fácil
Construir a dois
E com amor
Cada nova camada
Um novo coringa
Cada nova conquista
Dois sorrisos de Vitória

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