“O Rei de Copas”

Por Antonio Fernandes
No romance do grande Lewis Carrol há uma vastidão infindável de boas metáforas. Uma delas em especial é pragmática com o panorama político atual. Quem não vai se lembrar da figura peculiar em berros estridentes pelos corredores de seu palácio?
“Arranquem as Cabeças!” – já dizia ela
E cabeças rolavam. De certa forma há que temos um Rei de Copas nos últimos tempos. Em Curitiba, cabeças tem rolado. Incontáveis empresários e políticos fogem e se escondem do nosso icônico Rei de Copas. Moro martela e há prisões preventivas. Martela e há prisões definitivas.
Breve a Papuda terá problemas com super lotação.
São operações quase que diárias que me canso de ouvir todos os dias na rádio pela manhã. “Hoje é o marqueteiro do PT!” Dizem os jornalistas. “Hoje é o Ministro da Presidente!” Gritam os noticiários.
E as cabeças rolam.
Mas há uma cabeça em especial em que há grande expectativa. Todos os dias lemos notícias, ligamos as rádios e nos preparamos para ouvir falar dessa cabeça. Grandes especulações de quem nunca especulou são traçadas. Conversas cruzadas por todo o país.
Muitos negavam “Não, mas ele tem muito poder. Não é possível.” Outros otimizavam “Agora só falta ele!” e uns últimos em dúvida “Não sei se existem forças para tanto.”
Se sim, se não, se talvez, a Juíza de São Paulo para quem os autos foram encaminhados declinou competência e os remeteu em precatória ao Rei de Copas.
A torcida aguarda e torce. Mais otimistas e menos pessimistas estão na praça. O Coelho Branco tenta fugir da degola buscando instâncias superiores, mas a velha frase de Coelho Branco é presente. Tarde.
“É tarde. É tarde! É tarde até que arde! Ai ai meu Deus, ai ai meu Deus! É tarde, é tarde, é tarde!”
Sim. O governo petista desgovernado acertou um belo Iceberg e não há quem não aposte que afunde. Enquanto as cabeças rolam, o barco afunda. O Coelho Branco foge desgovernado para se proteger num Ministério.
Nós, leitores de Carrol, expectadores, aguardamos o desenrolar da trama.
E Alice, conseguirá se salvar?
Há problemas no País das Maravilhas.
E rufem os tambores.

Share:

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on pinterest
Pinterest
Share on linkedin
LinkedIn

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

On Key

Posts Relacionados

Baco

Por Antonio Fernandes O ordinárioJovem padrãoBusto vazioArroz com farofaNão tinha assuntoNem modosEra qualquerImemorávelEstepeHavia vários delesNomes comunsEsquecíveisCujos quaisA única razão em serEra pontuarA presença e o

Langerie Preta

Por Antonio Fernandes Caem as calçasSobra um langerieLinhas pretas com padrõesQualquer coisa sexualEm cordas trançadasDeixando ver sem verEla sorriGira o corpoJoga o cabeloSe jogaVislumbre de

O Privilégio Branco

Por Antonio Fernandes O privilegio brancoCorta as veiasParecia sempreTao alegreÉ que as drogasEscondiam o fundo da dorParecia sempreTao decididoÉ que o opio lhe cancelavaO torporDas