Antonio Fernandes

 

Dominado por partes
de um eu vil e traste
que rebela à razão
em alucinação
e me arrasta de traste
que me quebra e maltrate
desfragmentando os pedaços
cada um desses cacos
Malditos maus tratos
que aferroa minha carne
partidos da cerne
do meu coração duro
e sou eu maduro?
Se sou eu, sou seguro?
e me perco e me jogo
e só dou mais um trago
no maldito cigarro
que me arrasta ao tédio
e só sofro o assédio
de ser boa pessoa
e se alguém se afeiçoa
se enjoa e machuca
na minha maldade caduca
alma,

Da que não sabe ser.
Quem sou eu?

 

Share:

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on pinterest
Pinterest
Share on linkedin
LinkedIn

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

On Key

Posts Relacionados

Baco

Por Antonio Fernandes O ordinárioJovem padrãoBusto vazioArroz com farofaNão tinha assuntoNem modosEra qualquerImemorávelEstepeHavia vários delesNomes comunsEsquecíveisCujos quaisA única razão em serEra pontuarA presença e o

Langerie Preta

Por Antonio Fernandes Caem as calçasSobra um langerieLinhas pretas com padrõesQualquer coisa sexualEm cordas trançadasDeixando ver sem verEla sorriGira o corpoJoga o cabeloSe jogaVislumbre de

O Privilégio Branco

Por Antonio Fernandes O privilegio brancoCorta as veiasParecia sempreTao alegreÉ que as drogasEscondiam o fundo da dorParecia sempreTao decididoÉ que o opio lhe cancelavaO torporDas